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ABRAPCH reforça cooperação internacional em energia hidrelétrica


Vinicius Morussi


O futuro da energia hidrelétrica passa pela inovação tecnológica e pela sustentabilidade. Essa foi a principal mensagem do 10º Hydro Power for Today Forum e a 8ª Reunião do Comitê de Coordenação (CC) do International Network on Small Hydro Power (INSHP), realizado na China, que reuniu mais de 150 participantes de mais de 20 países e organizações internacionais, em que a Associação Brasileira de Pequenas Centrais Hidrelétricas (ABRAPCH) marcou presença por meio de seu diretor comercial, Vinicius Murussi.

O evento, que ocorreu de 21 a 23 de maio, abordou o tema “A energia hidrelétrica verde promove o desenvolvimento sustentável em áreas rurais”, além de outros, como a digitalização das operações de usinas hidrelétricas, e a integração de fontes renováveis, como a solar e a eólica, com as usinas hidrelétricas.

A ABRAPCH, por meio de sua participação no Fórum, contribuiu para fortalecer a imagem do Brasil como um país comprometido com o desenvolvimento de soluções energéticas sustentáveis. A entidade também apresentou as iniciativas brasileiras no campo do desenvolvimento de novas tecnologias no setor de energia hidrelétrica.

Interesse dos chineses

Segundo Murussi, a China, apesar de sua expertise em grandes hidrelétricas, também investe em usinas de baixa potência.  "É daí que surge o interesse dos chineses em compartilhar dados com outros países no sentido de ampliar a oferta de energia limpa, alinhando-se à meta de se tornar 'neutro em carbono' até 2050", afirmou.

Entre os pontos positivos do evento, Murussi destacou a produção de manuais básicos pelo instituto chinês, disponíveis em vários idiomas, para a implantação de usinas hídricas. Ele sugeriu a criação de uma versão em português, atualmente inexistente, para adaptação ao contexto brasileiro.

Murussi também mencionou a criação de um gabinete de orientação e demonstração do Comitê Coordenador do INSHP no Brasil, com o objetivo de promover a capacitação de pequenas centrais hidrelétricas locais. Essa iniciativa, segundo ele, será compartilhada oportunamente junto ao Ministério de Minas e Energia (MME).

Usinas híbridas

Outra abordagem importante do evento foi o painel sobre usinas híbridas, envolvendo fontes hídricas e fotovoltaicas, as quais já estão em processo de implantação avançado na China, enquanto o Brasil ainda está em processo de desenvolvimento nesses empreendimentos.

"Pretendemos manter esse canal aberto para avançar nessa relação, que pode resultar em programas de investimentos em centrais hidrelétricas no Brasil, com linhas de crédito chinesas de financiamento", acrescentou Murussi. "O evento foi inspirador pelo aprendizado nas áreas em que os chineses estão muito evoluídos e uma oportunidade de mostrar o avanço do Brasil em energias renováveis, que é preciso divulgar mais no mundo, pela posição de nosso país em relação a outros países, com 89% de fontes limpas."

INSHP

O INSHP é financiado pelo governo chinês e busca desenvolver tecnologias para alcançar a meta de carbono zero. Atualmente, a matriz energética da China é composta por 81% de energia fóssil, com o carvão representando 57,7%; petróleo, 20%; gás, 8%. Apenas 19% é renovável.

 

Declaração de Hangzhou

A Declaração de Hangzhou resultante do Fórum convoca a comunidade internacional a:

  • Fortalecer a revitalização rural por meio do desenvolvimento sustentável da energia hidrelétrica.

  • Aumentar a liderança no mecanismo de cooperação Sul-Sul para promover a sustentabilidade hídrica.

  • Alcançar as metas da Agenda 2030, especialmente relacionadas à água.

  • Construir uma comunidade global mais sustentável através da energia hidrelétrica.

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Hydropower Today Forum

O Hydropower Today Forum é um evento internacional bienal, organizado em parceria pelo governo chinês e a UNIDO, o qual reúne especialistas em energia hidrelétrica para compartilhar experiências e promover a cooperação global. Desde 2005, o Fórum já realizou 10 edições, focando no desenvolvimento global de pequenas centrais hidrelétricas. O evento reúne diversos atores, como governos, pesquisadores e especialistas em PCHs, para promover a cooperação e o avanço tecnológico.

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