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Cooperativas de energia do RS estimam perdas de R$ 130 milhões com as cheias de maio


Erineo Hennemann, presidente da Fecoergs


As cheias que atingiram o Rio Grande do Sul no mês maio provocaram prejuízos no setor de cooperativas de energia estimados em R$ 130 milhões, ultrapassando a R$ 45 milhões nas redes de distribuição de energia e a R$ 85 milhões somente nas centrais hidrelétricas que deixaram de operar, segundo levantamento da Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do RS (Fecoergs). 


Devastação

“Foi uma devastação impossível de descrever”, relatou Erineo José Hennemann, presidente da entidade e também da Certel. “Faltam muitos dados para uma avaliação concreta dos danos, dado que ainda está sendo levantados devido à impossibilidade de acesso a muitas unidades de hidrelétricas, em razão do grande volume de lama que se formou depois das chuvas.”

 

 Hennemann estima que, pelo menos, sete PCHs e sete CGHs deixaram de operar, de um total de 52 geradoras que fazem parte das 24 cooperativas de energia do RS, que reúnem mais de 1 milhão de consumidores em 369 municípios, de um total de 497 no RS.


Além disso, somente na área da Certel, no Vale do Taquari, desapareceram, em meio à enxurrada, 1.200 postes, 110 transformadores, duas torres de transmissão e equipamentos de medição. Como efeito, mais de 46 mil associados ficaram sem energia no pico das chuvas.

 

 A PCH Salto Forqueta, da Certel, situada no rio Forqueta, foi a unidade mais atingida pelas inundações, com prejuízos estimados em mais de R$ 50 milhões, segundo avalia Hennemann. No dia 2 de maio, ocorreu a erosão e deslizamento da ombreira direita da unidade e, desde então, o reservatório está vazio e com as cotas equalizadas. “A barragem ficou intacta, mas a casa de comando foi embora com a enchente histórica”, explicou.


Solidariedade dos catarinenses

Hennemann acredita na sensibilidade dos órgãos do governo em termos de medidas que contribuam para normalizar a situação do sistema.  “A Aneel recebeu nossas solicitações, mas aguardamos recursos para poder custear a reconstrução das usinas e também para que seja possível viabilizar o caixa das cooperativas que tiveram grandes perdas de receitas.”  


O presidente da Fecoergs fez questão de ressaltar a solidariedade das cooperativas gaúchas, que adotaram um plano de contingência para atender a grande demanda de todos aqueles que se empenharam na defesa das usinas e no atendimento da população local.

Foi também com um misto de surpresa e admiração que ele viu “o espírito voluntário das cooperativas de energia de Santa Catarina, que enviaram equipes, caminhões, materiais e uma série de donativos para nos ajudar.”


O caminho da reconstrução

 Ele continuou: “O momento de tristeza e dor fez com que o sistema se fortalecesse. Foi emocionante a mobilização e o exemplo de solidariedade dessas cooperativas. A própria Confederação Nacional das Cooperativas de Infraestrutura (Infracoop) esteve presente, numa demonstração de sensibilidade que reuniu toda a corrente do sistema, o que nunca havia ocorrido na prática.”


 “Esse momento vai entrar para a história do sistema de cooperativas e irá simbolizar o caminho da reconstrução. Vamos nos dar as mãos e buscar soluções em conjunto.”

Auxiliaram no plano de contingência as cooperativas gaúchas : Cerfox (Fontoura Xavier), Certaja (Taquari), Coopernorte (Viamão), Ceriluz (Ijuí), Certhil (Três de Maio) e Coprel (Ibirubá), e as catarinenses Ceprag (Praia Grande), Cerbranorte (Braço do Norte), Coopercocal (Cocal do Sul), Cersul (Turvo), Ceraçá (Saudades) e Cooperaliança (Içara).

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