Serviço subaquático requer requisitos de segurança
Em um ano em que as inundações que atingiram o Rio Grande do Sul colocaram em evidência a importância crucial da segurança de barragens, a Sultec Engenharia, de Itapema (SC), obteve um incremento nos serviços de tratamento de infiltrações e recuperação de estruturas de concreto. “Tivemos um desempenho melhor neste ano em comparação ao ano anterior, mas mesmo assim abaixo dos anos de 2021 e 2022”, disse à Hydro Brasil, Jorge Ribeiro, CEO da empresa.
Serviços subaquáticos
Em um total de mais de 50 contratos, além de registrar o seu primeiro negócio na região Norte do país, mais precisamente no Pará - até então a empresa restringia sua atuação nas regiões Sul/Sudeste/Centro Oeste - a Sultec ampliou o seu campo de atuação, com os dois primeiros serviços subaquáticos em hidrelétricas.
Ao todo foram dez mergulhadores os responsáveis pelos serviços a montante e jusante das usinas, entre 15 e 18 metros de profundidade, com no máximo 1h30min por mergulho. “Há muitos riscos envolvidos no mergulho subaquático em usinas hidrelétricas/barragens, o que requer uma série de requisitos de segurança”, explica Ribeiro. “Eles também devem estar preparados para trabalhar em espaços confinados ou em grandes profundidades, e devem ser capazes de lidar com as demandas físicas do trabalho”.
Demandas no RS pós-inundações
Uma série de outros contratos foram fechados para atender demandas de usinas e de PCHs de empreendedores do RS, cujos ativos foram atingidos pelas inundações dos meses de maio e abril. Algumas dessas estruturas, responsáveis por conter reservatórios de água para abastecimento, irrigação ou geração de energia elétrica, chegaram inclusive a atingir níveis de emergência, com riscos de ruptura.
A empresa também atendeu demandas de Estações de Tratamento de Água(ETA) e Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), que tiveram suas estruturas abaladas durante as cheia, nas cidades de Viamão, Porto Alegre e Esteio.
Junto com novos contratos de serviços subaquáticos, a Sultec encerrou o ano com pedidos em carteira que vão além do mês de março de 2025.
Além de uma equipe altamente treinada e corpo técnico com pós- graduação em Segurança de Barragens e Segurança do Trabalho, a Sultec atua também com profissionais de acesso por cordas ( N3 , N2 e N1 ), chamados de alpinistas industriais. Conforme Ribeiro, os serviços de alpinismo industrial dispensam o uso de andaimes ou guindastes para manutenção de estruturas, otimizando significativamente o tempo de produção. “Os alpinistas industriais trabalham seguindo um padrão qualificado pela ANEAC / IRATA, o que significa que são capacitados e especializados em realizar trabalhos em altura, áreas de difícil acesso ou espaços confinados.”
De acordo com Ribeiro, a expectativa para o próximo ano é de confiança na manutenção de estruturas de barragens de UHEs, dado que muitas delas estão construídas a mais de 50 anos, o que aumenta os riscos de possíveis falhas.
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