Leilão A-5: guia prático para projetos de PCHs competitivos
- revistahydrobrasil
- 5 de mar.
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Evandro Chiocheta
O empresário Evandro Cesar Chiochetta, investidor experiente em PCHs e CGHs, a pedido de Hydro Brasil, compartilhou insights valiosos para projetos que buscam se destacar no leilão A-5 de julho. Uma das tarefas mais importantes, segundo ele, é analisar a fundo o custo de implantação do projeto, levando em conta a data de entrega da energia e os índices de atualização dos custos, para além do preço-teto estabelecido pelo certame.
Chiochetta, que participa do capital das Sociedades Específicas das PCHs Salto Bandeirantes, Cavernoso IV e Vila Galupo, vencedoras nos leilões A-5 de 2015, A-4 de 2029 e A-4 de 2022, respectivamente, também enfatiza a necessidade de uma modelagem financeira robusta. Ele defende que, idealmente, deve ser baseada em dados do projeto executivo, que é mais detalhado que o projeto básico, e de um plano de negócios sólido, que atraia investidores e instituições financeiras, ressaltando o potencial hidrelétrico e a capacidade de recebíveis futuros.

PCH Vila Galupo
Projeto executivo
Para Chiochetta, um projeto bem elaborado, com projeto executivo detalhado, oferece maior precisão nos custos de obra e operação do que o projeto básico, e isso garante uma participação mais assertiva no leilão.
Ele também destaca a importância da apresentação de um acordo fundiário resolvido, quando do processo de licenciamento ambiental. Ou seja, o impacto que o empreendedor terá sobre as áreas de terra em que vai implantar o potencial, afirma. “O quanto antes você apresentar esse acordo, mesmo que não tenha sido na fase inicial da LP, acredito que isso terá grade valia sobre o órgão e pode agilizar o processo, independentemente de todas as demais variáveis que fazem parte do licenciamento.”
Em relação aos riscos de cada projeto, ele lembra que o empreendedor do setor elétrico no Brasil passa por muitos desafios, sejam eles financeiros, fundiários ou ambientais. Devido a essas incertezas, o empresário recomenda colocá-las no radar para poder monitorar. “O fundiário, por exemplo, é um item que pode travar o projeto por muitos anos”, afirma. “O risco financeiro é aquele que não oferece o retorno necessário para pagar o financiamento. Já os operacionais são aqueles que envolvem tempestades, enchentes, a seca, o que traz grande preocupação para o empreendedor. Por isso, é importante manter esses riscos sob controle como forma de mitigá-los.”
Em relação às tecnologias, ele afirma que o Brasil possui excelência em tecnologia de usinas hidrelétricas e aponta os sistemas de operação remota como um importante ganho de eficiência. O empresário também destaca a Inteligência Artificial (IA) como a tecnologia com maior potencial para revolucionar o monitoramento de PCHs, permitindo sistemas e softwares avançados para otimizar a operação e a potência da turbina, impactando positivamente a rentabilidade.