top of page
  • Foto do escritorFoco 360

PCH de baixa queda tem viabilidade? Cavernoso III mostra o caminho


 



A PCH Cavernoso III, de 6,50 MW de potência instalada e uma energia média de 3,54 MW, localizada no rio Cavernoso, entre os municípios de Candói e Virmond (PR), vencedora dos leilões A-4 e A-5, em junho do ano passado, ao preço de R$ 289,00 MWh, está com seu início de operação comercial prevista para o dia 30 deste mês.


Segundo o engenheiro Luiz Diniz Neto, responsável técnico da Hidro Geração Engenharia e Consultoria Ltda., empresa responsável pelo projeto executivo e sócio da Alto Piquiri Energia Ltda., detentora do empreendimento, trata-se de uma usina de baixa queda, cuja viabilidade econômica só foi possível graças ao projeto enxuto e à adoção de alternativas de engenharia, em consonância com a questão ambiental.

Para conformar a hidráulica das máquinas Kaplan-S montante e reduzir seu custo unitário, a empresa contou com a expertise do engenheiro Flávio Leite, da Hydraulic Design Consultoria Industrial Ltda., especialista no setor.


O projeto básico se iniciou em 2016, obtendo a Licença de Instalação (LI) em maio de 2021. A construção da unidade começou em agosto de 2021, seguindo um planejamento que resultou em uma média de R$ 5 milhões por MW instalado, um custo abaixo de outras usinas em construção no mercado.


“Para viabilizar o empreendimento, além de utilizar engenharia própria para as turbinas, favorecemos empresas 100% nacionais, além de alguns ajustes no projeto, como não utilizar concreto estrutural no casco da Casa de Força, a qual foi totalmente esculpida na rocha basáltica local. Além disso, buscou-se contratar empresas que aceitassem faturamento direto dos insumos, não gerando bitributação, o que resultou em valores globais menores”, explicou Diniz.


Com investimento total de R$ 32,5 milhões, 70% foram obtidos por meio de financiamento junto ao BRDE, com o restante de capital próprio dos investidores. Com o início de comercialização dos certames para 2026 e 2027, a empresa deverá aproveitar os anos que antecedem os contratos para a venda no mercado livre de energia. Com esses recursos, Diniz espera priorizar o pagamento do financiamento a uma taxa média de juros de 20% ao ano. Além desse custo, ainda incide sobre o projeto uma alta carga tributária, chegando até 32%, relata.


De acordo com o engenheiro, se não fosse o estudo prévio para reduzir os custos do empreendimento, além da excelente venda no leilão, certamente não seria viável com a taxa de juros atual para o setor, nem os valores pagos no PLD. Empreendimentos de baixa queda e potência, observa, só são possíveis quando a engenharia faz seu papel de reduzir os custos, pelas normas vigentes, mas principalmente utilizando seu know-how para viabilizar projetos tidos como inviáveis. “Exemplificando: o custo unitário das turbinas ficou quase 50% abaixo do segundo colocado na fase de recebimento de propostas, o que mostra que segmentar montagem e a compra de equipamentos aumentam a responsabilidade da engenharia, mas reduzem o custo para o empreendedor”, ressalta.

留言


bottom of page